A Magia das Palavras

"A solidão não existe para o intelectual, para o homem que pensa e lê. Todos podem temê-la, menos ele o homem habituado a encontrar dentro de si o mundo."


Olá a todos! Antes demais, gostava de explicar esta minha "pequena" ausência.

Como a Catarina já teve a oportunidade de dizer num comentário, eu sou de Torres Vedras. E isto não andou lá muito famoso por estes lados. Depois do que aconteceu, ficámos sem luz. Depois de a luz vir, não tinha telefone, nem internet. Quando fiquei com internet, bloqueava tudo quando eu entrava no Blogger! Enfim! Haja paciência.

Espero sinceramente que tenham passado um Natal maravilhoso junto das pessoas que mais amam! Com muitas prendinhas (livrinhos??) e felicidade.

Tenho de vos dizer que a minha melhor prenda, foi ter passado no exame de condução!!! (Tinha de vos contar, depois de falar daquelas minhas aventuras com o carro de instrução :D
Por agora, resta-me desejar que esta noite vos corra bem! Entrem em 2010 com o pé direito (não se esqueçam de se pôr em cima de um banco e saltar! Nem dos desejos!).
Um Grande Beijinho,
Sara.

Vou repetir o que centenas de pessoas andam a dizer:

"Eu senti!" - Meu Deus. Que treco lareco que me ia dando!

Estava muito bem aqui no quarto da residência, começou tudo a tremer, a cadeira parecia estar a andar à roda, as janelas a fazer barulho... e Eu a pensar que não estava boa da cabeça!

Até que me entra a minha colega de quarto a dizer "Sentiste??? Houve um sismo!".

Ps: Andam a falar que o sismo teve uma magnitude de 6? (Uite uiu!)

Aqui está a noticia:

"Violento Sismo sacode Portugal:

Um violento sismo de seis graus na escala de Richter sacudiu esta madrugada a zona Sul de Portugal.
O tremor de terra foi sentido em Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e Algarve.
O epicentro do sismo foi em pleno Oceano Atlântico, a cem quilómetros do Cabo de São Vicente.
Até ao momento não foram registados estragos."

In, Correio da Manhã (sempre actualizados :P)

(Meu Deus, são quase 3h da manhã e eu em vez de ir dormir ando aqui acordada. Amanhã nas aulas é que vai ser!)

Bem, eu criei este blogue para falar de livros, mas não vou ser presa por fugir ao tema :D Eu tinha de contar isto! Foi tão... engraçado. (Agora penso que sim).

Então, na sexta feira, tive aula de condução. É verdade, ainda não me livrei disto, mas agora não tenho ido às aulas, tenho estado fora da terrinha (saudades) e não dá. Mas não interessa.
Estava eu muito bem, a aulinha a correr com normalidade, até que... Pum!

Isso mesmo! Pum! Estava parada à entrada de uma rotunda, daquelas que têm duas vias de acesso. Como estava a dizer, estava eu muito bem paradinha, quando o "meu" carro anda alguns centímetros para a frente. O meu primeiro pensamento foi "Ai Meu Deus! O que é que eu fiz de mal?". Virei-me para o meu instrutor e vi-o de sobrolho franzido. Tinham-nos batido por trás! Ele saiu do carro para ver se o carro estava estragado, olhei pelo espelho e vi um senhor já de certa idade a conduzir, com uma senhora ao lado. Para nossa sorte, não ficou nem com um arranhão, já do carro do senhor que bateu, não posso dizer o mesmo.

Para cúmulo, o velhinho acelerou o carro e fugiu!!! Já não existem velhinhos como antigamente :P

O meu instrutor entrou, olha para mim e diz: "Fogo, isto só acontece contigo".

Ah... Só para compreenderem o comentário do instrutor: Eu tenho tido assim um pouquinho de azar no que toca ao carro... Primeiro, furei um pneu (Lucky), depois tive de ser eu a mudar o pneu, o que vale é que a chave se estragou e teve de ser o instrutor a mudá-lo porque tem mais força. Depois, fui para o auto estrada, o carro começou a deitar fumo (Imenso fumo) e quando saímos do auto estrada, parou de andar. Depois, pois, ainda não acabou, os piscas deixaram de dar. Tive de andar lá a aprender com mudar as lâmpadas. E por fim (ufa), a bóia do gasoleo (será que se chama assim?) avariou!

Digam-me lá se o carro não me adora? :D

Agora não me recordo a ordem dos livros que li. Vou falar deles apenas, sem ordem de leitura.

Sempre adorei a escrita da Torey Hayden. É maravilhosa a forma como consegue descrever temas tão fortes e ao mesmo tempo prender-nos ao livro. Antes de tudo, é importante salientar que as histórias escritas por ela são reais! Apenas mudam os nomes dos personagens por questões deontológicas.

Quando o livro saiu, só descansei quando o comprei (será que existe algum clube do estilo “Livroólicos Anónimos”?). Ainda tive esperança de poder ganhá-lo em algum passatempo, mas a sorte não estava do meu lado.


Ao inicio fiquei meio desiludida com o livro. Não sei. Este é um livro diferente dos anteriores, a própria autora o diz.

Nos anteriores, ela era professora de alunos com deficiências quer mentais que físicas. Tinha uma turma com quem interagia diariamente. Nesses livros, desde o inicio assistíamos a crianças normalmente marginalizadas a criar laços com uma estranha. Alguém que se importava com elas.

Ao contrário dos vários profissionais pelos quais as crianças passavam, Torey desenvolvia uma relação de amizade com elas. Não se tratavam apenas de casos.


Neste livro, a história centra-se na vida de Kevin, um rapaz com 15 anos (uma idade com a qual Torey não está habituada a lidar) e de uma menina com 7 anos (se não estou em erro).

Aqui, desde o inicio que ela fazia comentários do género “É tão feio”, coisa que não fazia nos anteriores. Ela não conseguia compreende-lo, o que era normal, visto o seu passado ser uma incógnita. (Mesmo quando ele melhora, ela percebe que melhorou por querer, não por causa dela, pelo menos directamente. É claro que as suas técnicas ajudaram)


Mas qual o problema do rapaz “enjaulado”? (Esta foi uma alcunha criada pelos funcionários, pois o adolescente colocava-se sempre debaixo das mesas, rodeado de cadeiras. O Menino não falava, não comunicava com as pessoas.)


Ao inicio, as suas sessões com Torey são frustrantes, até que ela começa a adoptar métodos quase ridículos para médicos especializados. Ela lia-lhe livros, cantava canções com ele, anedotas… Coisas normais… Que o fizeram falar com ela.

Mas para frustração dela, ele fala apenas com ela. Fora da sala de onde se realizam as sessões, ele volta a ser o mesmo miúdo, fechado em si mesmo.

Depois de algumas sessões, Kevin, começa a demonstrar várias facetas. Algumas delas mais violentas (chega a agredir Torey), outras mais artísticas, onde desenha com uma minuciosidade incrível. Mas, a parte assustadora, é que os seus desenhos mostram actos violentos demasiadamente detalhados (mortes, órgãos a sair das pessoas mortas).

Ao mesmo tempo que os progressos são notórios, Torey começa a perceber o desejo de vingança existente em Kevin em relação ao padrasto. Aos poucos, começa a contar coisas do seu passado. Mas sem registos e ao falar com determinadas pessoas, Torey não sabe no que há-de ou não acreditar.

O menino começa a falar de certas atitudes violentas por parte do padrasto. Fala-lhe da sua irmã mais nova, das suas aventuras com ela (cuja existência Torey chega a duvidar), e da sua morte, provocada pelo padrasto.
Vai ser difícil lidar com este adolescente, cuja vida é desconhecida. Sem documentos, sem nada.

Paralelamente a esta história, Torey inscreve-se num programa de “Irmãs mais velhas”, ou seja, ser a irmã do “faz de conta” de crianças que precisam de crianças que precisam de ajuda. A ela, calha-lhe uma miúda de nariz empinado, convencida e mentirosa. Mais tarde percebe que tudo isto é uma defesa criada pela menina.

A miúda começa a estar constantemente na sua casa, começa a fazer parte da sua vida. E ela, como “coração mole” que é, não consegue dizer que não. Vai ser interessante ver a evolução da sua relação com a criança.

Como estava a dizer, ao inicio não me estava a entusiasmar com o livro, estava entediada. Mas depois, não consegui parar de ler até ao final. Quando começamos a descobrir o passado de Kevin, um passado sombrio e violento, vemos que o menino não é assim tão mentiroso como diziam. Afinal, tudo o que ele dizia era verdade, tudo tinha uma razão de ser. É tão interessante ver como o passado de uma pessoa influencia tanto o seu futuro. É interessante ver as barreiras que uma criança consegue criar. Houve uma coisa que me marcou, algo que o Kevin disse.

Ele disse que às vezes era bom ser louco, ao menos davam-lhe injecções que faziam com que não sentisse nada. Que esquecesse tudo o que lhe tinha acontecido.

Não é assustador uma criança pensar desta maneira? Em todo o livro eu não consegui deixar de pensar: "Meu Deus! Como conseguem tratar miúdos inocentes desta maneira?".

Para juntar a tudo isto, o seu melhor amigo (que estava a trabalhar consigo) é despedido por ser homossexual. Aqui junta-se esta questão problemática, e vemos, que até uma criança consegue ver que isso não tem nada a ver com o trabalho. Pelo que me descreveram dele no livro, era uma pessoa fenomenal. Fiquei com imensa pena quando "saiu" da história, e houve uma cena que me fez chorar até quase morrer afogada (exagerada!). Uma cena, que acontece depois de ser despedido. Ele encontra-se com a Torey num bar, sentam-se e ele apenas diz isto:

“Sabes, este mundo é um lugar engraçado. Se eu fosse nazi, haveria quem defendesse o meu direito constitucional de odiar judeus. Se eu pertencesse ao Ku-Klux-Klan, alguém defenderia o meu direito de odiar os negros. Um lugar engraçado este mundo. O ódio tem direitos. O amor não.”

Digam-me, não é forte?

É um livro que descreve cenas fortes, não tanto como os anteriores. Faz-nos ver a realidade como ela é, e não numa névoa ilusória.

Existem muitas ideias a retirar neste livro, algumas maravilhosas, outras arrepiantes.

Quem nunca leu um livro desta autora, recomendo vivamente. É maravilhosa. E é tão bom ver como alguém consegue fazer tão bem a tanta gente.

Vou deixar outra frases que gostei do livro (não mostrotodas, porque não me recordo das páginas :D), tem a ver com a existência de Deus, a perspectiva do Kevin.

"Nenhum Deus faria um mundo onde houvesse tantas pessoas que não têm um único ser que as ame. Se o mundo tivesse sido feito segundo um plano, haveria pessoas suficientes para toda a gente ser amada."

E a explicação dele para a morte de muita gente: "Mal do coração. É como um cancro invisivel. Está no nosso coração. Pode-se senti-lo. Come-nos por dentro. É o que se tem quando não se faz seja o que for para além de nascer. O coração nunca é utilizado. E por isso apanha-se o mal do coração e o coração degrada-se. Muitas vezes, antes de o resto do corpo se degradar. Só que isso não tem importância porque, uma vez morto o coração, também estamos mortos."

Não se esqueçam: É um livro forte, com cenas simplesmente horriveis de violência.

Sinopse:

Quando a técnica de educação especial Torey Hayden aceitou ocupar-se do jovem Kevin de 15 anos, encontrou um miúdo a quem o mundo exterior causava pânico e que vivia fechado num mutismo voluntário No entanto aquela era apenas a parte visível de um abismo de sofrimento.
Em todas as instituições por onde passara, consideravam-no um caso perdido e a própria Hayden sentiu-o como um vencido e compreendeu que só por milagre conseguiria ultrapassar os muros que ele construíra à sua volta. Mas Hayden tem um coração maior que o mundo e sentia-se incapaz de desistir dele. Pouco a pouco foi descobrindo uma história chocante de violência e abandono e um terrível segredo que um indiferente processo burocrático tinha simplesmente esquecido.

Séculos e Séculos mais tarde o blogue voltou a ser utilizado por uma descendente directa da antiga utilizadora, Sara Inês. Ahaha :D Kidding!


Antes de escrever o que quer que seja, tenho de vos agradecer por não se esquecerem de mim! Tantos comentários que estou a ver! Obrigado.

Bem, dos livros que tenho para escrever no blogue, vou começar por falar dos livrinhos pequeninos que já li da Saga “MacGregor” da nossa Nora Roberts.

Deve confessar que foi dos livros que mais me custaram a ler este ano, apesar de pequeninos. Não sei se tem a ver com o facto de os ter lido numa altura em que estava cansada, se com a história em si (que é o mais certo). Tenho de vos dizer que depois de ler estes livros, tive de parar de ler Nora Roberts para não enjoar por completo.

Eu explico melhor. Ao ler estes livros, comecei a reparar que a Nora exagera um pouco no feminismo. As mulheres são super independentes, super inteligentes, super desenrascadas, práticas. Super tudo. E tratam os homens como se os tivessem na palma da mão (E aqui normalmente têm). São arrogantes e convencidas. São exageradamente senhoras de si.

Não que eu tenha algo contra mulheres assim, mas tudo tem limites. Era bom que elas fossem mais equilibradas. Nestes livros, fiquei com a sensação de que as mulheres não eram de maneira alguma, influenciadas pelos homens que amavam (ou que pelo menos diziam amar). Todos sabemos que isso não é assim. Todos nós somos influenciados por alguém, em certos momentos da nossa vida. Quer, queiramos quer não.

- 1º Volume – A Melhor Aposta

Fala da história de Serena, filha de Daniel MacGregor (um dos personagens que mais gosto nestes livros.) e de Justin, um homem misterioso que é, o que se pode chamar, de craque em jogos de casino.

Desde o inicio que Justin faz papel de cachorrinho babado e Serena, de arrogante. Ele anda atrás dela, ela dá-lhe com os pés. Ela, com a sua personalidade "forte", ele a dar de si.

Comecei mal com o primeiro livro. Achei-o sem sentido. Especialmente quando cheguei perto do final e vi como é que a Serena se escapou de um acontecimento (não posso dar spoilers). Só posso dizer que foi exagerado. Extremamente ridículo.
Tive a sorte de encontrar três personagens decentes: Alan e Caine, irmãos de Serena e Daniel MacGregor, o pai. Um casamenteiro de primeira!

- 2º Volume – Desafiar o destino
Quando li a Sinopse, fiquei esperançada. Parecia ser um bom livro. Caine, um mulherengo nato, sem nunca conhecer realmente o amor, , finalmente apaixona-se por uma mulher que tinha criado barreiras difíceis de penetrar. Diana, irmã de Justin, era uma mulher fria, habituada a não demonstrar sentimentos, a ser deixada pelos que amava. Senti-me motivada a ler… Mas mal comecei a história, fiquei entediada.
A rapariga supostamente fria e distante, que não mostrava os seus sentimentos, passava a vida a chorar e a queixar-se a Caine. Ora ficava distante, ora ficava uma piegas de primeira. Mas sempre com a arrogância presente. Sempre com aquele pé atrás. Mais uma vez, era o homem que tinha de dar o braço a torcer, era o homem que tinha de se esforçar. A mulher só dizia se sim ou não.

Mais uma vez, não gostei especialmente do livro.

- 3º Volume – Todas as possibilidades
Confesso que já não estava muito entusiasmada com a saga. A sinopse deste pequeno livro não me entusiasmou muito.

Desta vez, os protagonistas foram Alan, o filho mais velho de Daniel MacGregor, e Shelby.

Para minha surpresa, gostei bastante deste livro.

Alan era um homem calmo e paciente, um politico promissor em tenra idade. Organizado, controlado. Pelo contrário, Shelby era um espírito rebelde. Livre.

Odiava completamente a política. Para ela, era impossível ligar-se a uma pessoa com uma profissão relacionada com o assunto… até encontrar Alan.

Alan vai fazê-la lutar contra fantasmas antigos, que assombram a sua vida (A morte do pai). E vai conquistá-la com pequenos gestos românticos que fariam delirar qualquer mulher. Como nos livros anteriores, também ela resistiu (Por bons motivos desta vez).

A diferença com os outros livros, foi que desta vez, foi Shelby quem deu o braço a torcer. Foi ela, que no final, foi ter com Alan. Neste livro, ambos lutaram por uma relação.

Daniel, com as suas queixas (Algo do género: A vossa mãe está preocupada, não nos ligam, não lhe dão descendentes…) continua a animar os livros.

Aqui, para melhorar, existe ainda uma antiga rixa entre a família de Alan, MacGregor, e a família de Shelby, Campbell. O que vai ser motivo de implicância entre ela e Daniel.

- 4º Volume – Uma luz na sua vida

O quarto volume fala da história de Grant Campbell, um homem que se isolou do mundo depois da morte do pai, e de Genviève Grandeau, uma artista, com bastante confiança em si própria.

Mais um livro que parecia melhor do que realmente é. Adorei o Grant. Mas a Genviève mostrou-se convencida e mesquinha. Irritou-me profundamente. Queria seduzir Grant, mas recuava sempre que ele tentava algo.

Apesar de tudo, gostei de rever as personagens dos outros livros aqui.

- 5º Volume – Agora e Sempre
Esta história é interessante de ser lida. Tem como protagonistas Anna e Daniel MacGregor.

Daniel está no hospital, entre a vida e a morte, e Anna, recorda o passado de ambos.

Daniel é um homem persistente, romântico, muito ligado às suas raízes. Aos ensinamentos da sua família. Enquanto Anna, é uma jovem ambiciosa, que pretende seguir medicina. Algo raro na sua época.

Anna recusa-se a ter algo com Daniel, com medo que ele a faça escolher entre si e o seu curso.
Mas apesar de tudo, sabe que sofre por isso.

É uma história bonita, em certas partes meio… irritantes (é o que digo, quando a Nora se põe a escrever sobre as mulheres…). Mas muito bonita. Depois do terceiro volume, este foi até agora o meu favorito. Apenas o Alan e a sua Shelby conseguiram superar.


Na minha opinião, quem não conseguiu encontrar estes livros... não perdeu muito. (Sem contar com o terceiro volume :D)